terça-feira, 1 de junho de 2010

No Dia da Criança pense em si...

Hoje é Dia da Criança e é provável que por esta hora já o seu filho lho tenha lembrado vinte vezes, exigindo o presente respectivo, e seringando-lhe a cabeça para saber qual é o «programa» que lhe reserva para o dia.

Quase que aposto que, apesar da sua rotina esgotante, conseguiu dar a volta aos horários e compromissos de forma a estar na festa da escola ou de ir com ele (eles) a uma das muitas actividades que se multiplicam por cidades e vilas. Como também aposto que se desdobra para colocar o seu filho em primeiro lugar 365 dias por ano.

Seja pai ou seja mãe, tenho a certeza de que é o melhor pai e a melhor mãe. Mas, às vezes, no desejo de sermos tudo isso, de impedirmos os nossos filhos de sofrer o que nós sofremos, corremos o risco de, como dizia ao Destak o pediatra Aldo Naouri, transformá-los em tiranos, eternos bebés a quem, querendo dar tudo, roubámos o essencial, ou seja, a autonomia e as ferramentes que lhes vão permitir desbravar o seu próprio caminho, para encontrar a sua própria felicidade.

Sob o nosso olhar protector, mas sem «Deves e Haveres» eternos, sem dependências excessivas, senhores do seu destino sem juros por pagar. O segredo está em encontrar o equilíbrio certo na relação com os nossos filhos.

Não podemos viver em função deles, como se a sua existência só se justificasse como fonte de gratificação narcísica, obrigados a cumprir os nossos desígnios, nem podemos, nem devemos, julgar que crescem sozinhos, sem o nosso colo, mas também a segurança de limites colocados, e de uma «boa educação» sensata, mas rigorosa. Se os filhos têm todo o direito de pedir que sejamos melhores pais, nós também temos todo o direito de pedir me-lhores filhos.

O que não é sinónimo de querer que sejam iguais a nós, longe disso, mas íntegros, combativos e empenhados num mundo mais justo.


Por Isabel Stilwell
Fonte:  Destak.pt

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